A Razão...

Esta noite não vejo o luar.
Não sei onde estou.
Por momentos ouço uma voz…uma melodia ecoa. Suave…Breve…Triste…
Procuro, procuro porque preciso de sentir, preciso de viver como o pássaro que me acorda todas as manhãs…procurar…Sentir…Viver…
Tudo isto me falta, tudo isto é algo que não tenho, mas que vejo aproximar-se de mim cada vez mais…e mais…
A voz melancólica ecoa ainda…vagueando por entre os troncos dos pinheiros tristes da floresta, e ainda…não vejo o luar.
Procuro. Chamo. Corro, arranhando-me cada vez mais profundamente, à medida que os meus braços se agarram nos ramos das árvores para me aguentar e continuar. A ferida continua aberta…e caio.
Fecho os olhos…
Não vejo o luar…
Não sei onde estou…
A minha memória remonta 3 dias antes de toda esta confusão que se encontra na minha cabeça. Vejo o mar, e ao longe vejo uma sombra. Não é perceptível. Parece-me…não. Impossível.
Não percebo porque razão tudo perdeu o sentido. Não vejo saída deste labirinto. A memória não é reconstruída, e continuo caído.

Tento, por tudo o que acredito, fazer chegar a mim tudo o que perdi. Continuo sem saber onde estou. Breves imagens, pintadas com um vermelho cor de sangue, misturam-se com o azul do mar…céu. Um véu laranja cai pela tela onde assisto, bem de perto e muito calmamente, a toda aquela confusão organizada, fazendo sobressair os traços leves, quentes e suaves que me tocam bem ca em baixo.

perco-me. Segui os traços brancos do céu, como uma criança segue a borboleta colorida.
Ao cair em mim vejo-te. Deitada…quieta…sem nenhum gesto que ofereça resistência ás forças que te mantêm ali…caída.
Corro. Corro como corri pela floresta! corro, porque sei que…porque? Na verdade não sei bem…
A minha mão percorre os teus cabelos…Os teus olhos cor de vida abrem-se. E ao abrirem-se outro flash me ocorre. Vejo-me deitado. E um monstro ao meu lado. Cedo me apercebi que o que vivia neste flash…era exactamente o que tu vias. E caí em mim…a razão de tudo…a razão de estar preso neste remoinho irreversível é aquela…aquele…com aquelas formas míticas…era eu…

Nuno Andrade - Don't Cry (Original)

Don't Cry

Some moments in life are unexpected,
Giving us time to feel rejected...
Do we see the signs?

Whenever the stars keep me guided,
Somewhere far from where we started...
Do we have that time?

Now I'm here...
By your side...

(sssshhhhhhhh)

Don't cry...
I'll keep on holding you,
I'll keep you safe toninght.
Don't cry...
I'll make you feel complete,
Just like you make me feel
Baby don't cry.....

I left you notes about our story,
Couldn't forget all your beauty...
Do we see the signs?

I got to you as fast as I could,
Hope your fine just like you used to..
Do we have that time?

Now I'm here,
By your side...
Remember,
We'll be tied...

(sssshhhhhhhh)

Don't cry...
I'll keep on holding you,
I'll keep you safe toninght.
Don't cry...
I'll make you feel complete,
Just like you make me feel
Baby don't cry...

So

Don't cry...
I'll keep on holding you,
I'll keep you safe toninght.
Don't cry...
I'll make you feel complete,
Just like you make me feel
Baby don't cry.....


(to: M.V*)

Nuno Andrade

Espero...

Mais uma vez consegui estragar tudo.
Mais uma vez consegui ficar sozinho.

Por mais que tente,
Erro sempre.
Por mais que pense,
Acabo sempre por esgotar os meios para viver.

Desta vez bastou uma palavra...
Foi um "gesto" de carinho e de...sei la...tentativa de demonstrar que me importo, de que me custa ficar de lado sem poder ajudar.

Mais uma vez estraguei tudo.
Não por querer, mas por tentar...
Tentar mudar-te
Tentar fazer-te feliz.

Sou assim. fico em último, e os amigos...e paixões, em primeiro.

Tento ser justo.
Tento ser eu.
Tento ser tudo o que desejas.

O que me falta?...não sei.
Já mudei.
sou outro.
Quem me conhece não nota, mas quando se começa de novo, é fácil continuar.

Foi um percalço no meu caminho, e vou remediá-lo.

Espero por perdão...
Espero por ti.
Não espero pena nem compaixão.

Espero acordar...
Espero por ti.
Não espero que o tempo me faça amar.

Azul Esverdeado

Sol...Lua;
Dia...Noite;
Branco...Preto;
Aberto...Fechado;

Tudo requer um fim, uma contradição, um oposto...
Não há nada que comece sem acabar.
Não há nada que acabe sem começar.
O Sol nasce, mas no fim do dia cai, fazendo com que a lua suba alto no céu, numa espécie de valsa lenta...perfeita...
O Dia surge quando se Abrem as janelas...Vive-se. À Noite adormecemos.
As Cores completam-se, criam outras cores, formam arco-irises, alegram, ou entristecem o dia...ou a noite.

Não te preocupes.
Relaxa.
Fecha os olhos.
Encosta-te aqui.
Sentes o Mar?...
Vês a terra?...

Então, do mesmo modo que:
- o Sol dá lugar à lua;
- O Dia dá lugar à Noite;
- Do branco se faz o Preto;
- O Aberto acaba por se Fechar;
e que - O Mar se junta à Terra...

Aproveita enquanto o AZUL completa e protege o VERDE....


Nuno Andrade.
(Dedicado à Nana)

Start Over

Quando é que carregamos no botão?
Como saberemos em que botão carregar?

Ouvi dizer algures que todos nós temos uma fraqueza, algo que, no fim, nos levará a um poço sem fundo, quase impossível de subir.
Muitas foram as vezes que me senti assim, a entrar nesse poço. mas nunca cheguei a ver o fundo...surgiu sempre uma mão que me ajudou a subir.
Chegou a minha vez de ficar do lado de fora. Sou um mero espectador que anseia por um pouco de paz. Quero viver...sozinho, acompanhado, não interessa realmente, pois o simples facto de sabermos que do lado de fora do poço existe uma mão é suficiente para nos sentirmos seguros...
Mas...há uma passagem...há uma altura em que deixamos de acreditar em nós mesmos, e passamos a necessitar da presença de outra sombra, de outro toque...de outro olhar.

Espera por mim...estou a chegar.


Nuno Andrade.
(Dedicado à Nana)

Conto de fadas

Saber que tudo se pode vir a desmoronar em segundos...
Saber que no próximo piscar de olhos já não estarás à minha frente...
Saber que para além de tudo, há sempre algo mais...
Na vida, não há nada que dure o tempo que nós desejamos. Por vezes é injusto, por vezes é apenas assim por que tem que ser.
Há que saber dar a volta, há que saber fechar os olhos e adormecer...e aí entramos numa história, num mundo diferente...e apercebe-mo-nos que no fundo do Oceano há alguém que nos espera. Só temos que ganhar fôlego para chegar-mos até lá.

Acordamos...tudo não passa de um conto de fadas.


Nuno Andrade.